Fernandes (Ser Humano) – Ontologia

[FERNANDES, Sérgio L. de C.. Ser Humano. Um ensaio em antropologia filosófica. Rio de Janeiro: Editora Mukharajj, 2005, p. 27-28]

No primeiro Capítulo, desenvolvo uma Ontologia (antes de qualquer coisa, o Ser enquanto Ser, inclusive o Ser dos entes!); descrevo o que penso ser a estrutura do próprio Ser, e identifico uma das dimensões dessa estrutura, que chamo de Ser como Experiência (em si mesma), ao próprio Ser do Ser Humano. Dividi o Capítulo em três Seções, intituladas “Simulacros e Aparições”, “Arquitetônicas e Identidades” e “Arcanos e Eternidades”. Com esses títulos quero dizer que, na primeira Seção, construo uma teoria dos “objetos” como meros simulacros, que não “aparecem”, seja como “aparência”, seja como “realidade” ; são projetados pela Mente, o Pensamento e a Linguagem, na rotunda espaço-temporal da Existência, ou do que está fora do Ser, no Não-Ser, mas que podem ser acolhidos pela compreensão (equanimemente, sem julgar), à imanência da Experiência ou Ser como Experiência, considerados como “Aparições”, instantâneas (sem estrutura de duração), únicas, irrepetíveis, etc.; na segunda Seção construo uma teoria, de feições arquitetônicas (um pouco à maneira de Kant), de como se dão efetivamente a projeção e o acolhimento referidos acima, mas por meio de uma minuciosa revisão de nossas noções paradigmáticas do que se chama de “identidades” ; na terceira Seção construo uma teoria de que interfaces coincidentes ou o que chamo de Arcanos, constituem simultaneamente aquilo que se pode tomar como objeto (simulacro) e acolhido pelas infinitas Experiências como dualidades irredutíveis, mas enquanto configurações desprovidas de estrutura de duração ou “Eternidades”.