Heidegger (GA8) – Pensamento

Para que o pensamento esteja em nosso poder, devemos aprendê-lo. O que é aprender? É fazer que o que fazemos e não fazemos seja o eco da revelação cada vez do essencial. Aprendemos o pensamento prestando atenção ao que exige de ser guardado no pensamento.

Nossa língua nomeia por exemplo o que pertence à essência do amigo: o amável. Da mesma maneira, nomearemos agora o que em si exige de ser guardado no pensamento: o pensável (das Bedenkliche). Todo pensável dá a pensar. Mas não faz jamais este dom enquanto o que dá a pensar já é dele mesmo o que exige de ser guardado no pensamento. Nomearemos agora e em seguida o que exige continuamente (porque desde sua origem e antes de toda outra coisa) de ser guardado no pensamento: «o que dá mais a pensar». O que é «o que dá mais a pensar»? Como se mostra em nosso tempo que dá a pensar?

O que dá mais a pensar é que não pensamos ainda; sempre «ainda não», embora o estado do mundo se torne constantemente o que dá deveras a pensar. Esta evolução do mundo parece no entanto exigir, ao invés, que o homem aja, e isto sem demora, em lugar de falar nas conferências e nos congresso, em lugar de se mover na simples representação do que deveria ser e da maneira que seria preciso fazê-lo. Há portanto falta de agir e de maneira alguma de pensamento.