Poiesis e instrumentalidade

O deixar-viger concerne à vigência daquilo que, na pro-dução e no pro-duzir, chega a aparecer e apresentar-se. A pro-dução conduz do encobrimento para o desencobrimento. Só se dá no sentido próprio de uma pro-dução, enquanto e na medida em que alguma coisa encoberta chega ao des-encobrir-se. Este chegar repousa e oscila no processo que chamamos de desencobrimento. Para tal, os gregos possuíam a palavra aletheia. Os romanos a traduziram por veritas. Nós dizemos “verdade” e a entendemos geralmente como o correto de uma representação. (Heidegger, 1954/2002, pág.

O deixar-viger concerne à vigência daquilo que, na pro-dução e no pro-duzir, chega a aparecer e apresentar-se. A pro-dução conduz do encobrimento para o desencobrimento. Só se dá no sentido próprio de uma pro-dução, enquanto e na medida em que alguma coisa encoberta chega ao des-encobrir-se. Este chegar repousa e oscila no processo que chamamos de desencobrimento. Para tal, os gregos possuíam a palavra aletheia. Os romanos a traduziram por veritas. Nós dizemos “verdade” e a entendemos geralmente como o correto de uma representação. (Heidegger, 1954/2002, pág. 16)

Produção, no sentido grego de poiesis, refere-se à confecção artesanal, ao levar a aparecer artisticamente, e refere-se também ao surgir e elevar-se por si mesmo da physis; onde “o vigente physei tem em si mesmo o eclodir da produção“, que falta à produção artística.

Assim, algo encoberto chega ao des-encoberto na produção, no processo do desencobrimento, da aletheia. Desencobrimento funda produção, que por sua vez recolhe em si, atravessa e rege os quatro modos de deixar-viger a causalidade, à qual pertencem meio e fim, ou seja, instrumentalidade.
Chega-se à instrumentalidade de novo, e, por conseguinte, à técnica, que assim é uma forma de desencobrimento, de re-velação da verdade. O termo técnica, em sua origem grega, diz mais do que o fazer na habilidade artesanal, refere-se também ao fazer na grande arte e nas belas-artes. “A techne pertence à pro-dução, a poiesis, é, portanto, algo poético” (ibid, pág. 17).


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