Se por impressões naturais, que se afirma estarem na alma, se entende a capacidade que a alma possui de conhecer certas verdades, nesse caso todas as verdades que um homem vem a conhecer são verdades inatas. E, assim, esta importante questão reduzir-se-ia unicamente a dizer que aqueles que falam de princípios inatos falam com muita impropriedade, mas, no fundo, acreditam na mesma coisa que aqueles que negam que os haja: porque eu não penso que alguém jamais tenha negado que a alma fosse capaz de conhecer várias verdades. É essa capacidade, diz-se que é inata; e é o conhecimento desta ou daquela verdade que deve denominar-se adquirido. Mas se é tudo isso que se pretende, porque se exaltam sustentando que há certas máximas inatas?

[wiki]John Locke[/wiki], [wiki]An Essay Concerning Human Understanding[/wiki], liv. I.

John Locke