- A proposta de criação do National Center for Geographic Information and Analysis – NCGIA, segundo exposto pelo geógrafo Jerome E. Dobson (1993a)DOBSON, J.E. “A Rationale for the National Center for Geographic Information and Analysis”, in Professional Geographer 45(2), 1993a., um de seus principais idealizadores e fundadores: a “maior e mais transcendental (sic) necessidade da Geografia é compreender as ligações conceituais e funcionais entre o GIS e o núcleo intelectual da Geografia”. Dobson se justifica perante os colegas geógrafos pela centralidade concedida ao GIS, pois o considera o maior “condutor” de conhecimento de e para o mundo científico e técnico.
- “A revolução do GIS se caracterizou como um deslocamento fundamental dos meios de representação e análise da realidade geográfica, do analógico para o digital”. Para Dobson, o analógico se tornando incapaz de lidar com a explosão de informações a partir do Renascimento, colocou a Geografia em uma posição de desvantagem, comparativamente a outras disciplinas; graças às tecnologias da informação, este quadro está se revertendo…
- A revolução liderada pelo GIS, como propugna Dobson, corre o risco de se parecer mais com uma “sublevação”, uma “subversão” promovida por elementos exógenos à tradição do pensamento geográfico. Nunca é de mais ressaltar a importância do ser humano na condução equilibrada desta proposta de metamorfose forçada “de fora para dentro” da Geografia. A informatização da disciplina é inevitável, mas não pode implicar de maneira alguma na transformação das pessoas em periféricos de sig, “dispositivos” lúdicos acionados pela interação com o sig.
A revolução do sig só tem sentido se tomada strictu sensu conforme o significado original da palavra “revolução”, um movimento que reporta à origem, a partir do qual tudo se forma segundo sua razão de ser. Este tipo de revolução é “permanente”, não sendo ativada “de fora para dentro”…