DSSIG
Para definir o conceito de um sistema de informações geográfico (SIG), podemos começar com o conceito mais geral de um sistema de informações: um sistema de comunicação para comunicar e processar informações (norma iso [[Organisation internationale de normalisation.]] 5127-1 – 1983). Portanto, um GIS é, por definição, um sistema de comunicação e processamento de informações geográficas, ou seja, no sentido etimológico do termo, que descreve o mundo terrestre.
O que são informações geográficas? É um tipo de informação muito difundido, que descreve objetos, fenômenos, seres vivos ou sociedades, desde que estejam vinculados a um território. Um sistema de informações geográficas é, portanto, caracterizado por um critério essencial, o da localização: tal e tal objeto está próximo a tal e tal outro, tal e tal fenômeno afeta tal e tal superfície e é sobreposto a tal e tal outro, e assim por diante. O objetivo final de um SIG é apoiar a tomada de decisões, com base no conhecimento geográfico e nos meios para processá-lo, representá-lo e comunicá-lo.
Essa abordagem funcional está associada a uma abordagem tecnológica. Historicamente, o SIG surgiu após a informatização da produção de mapas, que começou no final da década de 1960. De acordo com a definição da International Cartographic Association (1973), um mapa é uma representação convencional, geralmente plana, em posições relativas, de fenômenos concretos ou abstratos que podem ser localizados no espaço. Uma versão mais recente dessa definição (1991) acrescenta que um mapa deve ser usado quando as relações espaciais [entre esses fenômenos] são de relevância essencial.
A informatização da produção cartográfica deu origem ao advento de uma nova tecnologia, conhecida como geomática, um neologismo cunhado na França em 1971 (pelo Ministério de Obras Públicas) e definido no Jornal Oficial de 14 de fevereiro de 1994 como todas as técnicas de processamento de dados geográficos por computador. Para serem totalmente exploráveis, os dados cartográficos necessários para a geomática tiveram que ser gradualmente organizados em bancos de dados, definidos como estruturas de dados que permitem que os dados sejam armazenados e fornecidos sob demanda a vários usuários independentes (AFNOR, 1989). O uso combinado de vários bancos de dados levou ao conceito de um sistema de computador, capaz de sintetizar, gerenciar, alimentar e arquivar dados.
Portanto, um SIG tem duas características originais essenciais
a) a capacidade de gerenciar e processar relações espaciais entre objetos ou fenômenos no espaço terrestre, o que implica funções de análise espacial (não comuns no processamento convencional de informações) e funções de síntese para suporte a decisões;
b) a representação visual desse espaço na forma de um mapa ou planta, o que implica funções de design e produção cartográfica, constituindo, por si só, uma linguagem diferente da linguagem comum (textual ou digital).
Durante a década de 1980, o conceito de sistema de informações geográficas surgiu como o objetivo geral da geomática, abrangendo todos os elementos, relacionamentos e funções envolvidos na exploração do conhecimento sobre o espaço terrestre.