Matriz de informações geográficas

Uma linha da matriz de informações geográficas representa a variação de algum atributo de uma unidade geográfica para outra. A linha representa um padrão espacial, passível de ser mapeado, de uma variável qualquer de interesse. Cada coluna da matriz contém um inventário de atributos diferentes relativos a uma única unidade geográfica. Cada célula contém um “fato geográfico”: o valor assumido por um atributo em uma unidade geográfica. A terceira dimensão da matriz representa a sequência temporal, ou seja, cada “fatia” da matriz, composta de linhas e colunas, é uma espécie de instantâneo ao longo do curso do tempo. Com uma ligeira adaptação da matriz de informações geográficas, a inversão que propomos de linhas por colunas, não há qualquer prejuízo conceitual para a matriz, mas ganhamos uma maior compatibilidade entre ela e o modelo digital de dados que instrui sua apropriação e implementação em um sig, e que foi padronizado em termos do modelo relacional, à nível de implementação tecnológica. Para Berry toda e qualquer análise geográfica pode ser sumarizada em 10 abordagens diferentes, que podem por sua vez ser operacionalizadas sobre a matriz de informações geográficas. Para Daniel Sui (1991), a matriz de informações geográficas tem um papel duplo tanto como uma representação abstrata do fenômeno geográfico, como uma síntese de abordagens geográficas. Sui defende inclusive seu uso como um modelo integrativo do teórico e do prático no ensino da Geografia. Sua extrema utilidade no processo de ensino do SIG, está em evitar o que Sui qualifica de estratégias educacionais conflitantes: ensinar sobre o sig e ensinar com o sig. Aparentemente, os fenômenos visíveis não parecem estar contemplados pela matriz. Entretanto dada a facilidade de representação geométrica dos mesmos, com os recursos disponíveis na base digital de coordenadas espaciais de um sig (ponto, linha e polígono), sua entrada na matriz de informações geográficas depende apenas do interesse de se identificar estes pontos, linhas ou polígonos, como se fossem unidades geográficas da matriz, unidades estas às quais se irão associar atributos diversos. Quanto ao estudo dos fenômenos humanos, a matriz de informações geográficas parece ser ainda mais adequada. A conjunção de unidades geográficas e atributos, ao longo do tempo, representada pela matriz, nos oferece um quadro dinâmico onde se podem reconhecer traços deixados pelos fenômenos humanos ao atravessarem a Flatland (vide nossa tese), normalmente retratada por um mapa geográfico. A dificuldade deste reconhecimento está na escolha da composição justa de unidades geográficas e atributos, especialmente na seleção destes atributos e na escala adotada.