J.G.Bennett, «THE DRAMATIC UNIVERSE»
- nossa tradução
nossa tradução
«Como?» e «Porque?» são questões que podem ser respondidas somente em termos da vontade. Todas as outras questões podem ser prefixadas pelo «O que?». Devemos ser cuidadosos em notar que o termo «o que?» é ambíguo, posto que perguntar «o que é isto?» é inteiramente diferente de perguntar «o que isto faz?». Corretamente, deveríamos usar diferentes termos para perguntar questões sobre «ser» e sobre «função», mas é conveniente aqui pôr em uma só classe todas as questões «O que?» a fim de especificar o restante que não pode ser indagado desta forma.
Wittgenstein diz «não como o mundo é, é o místico, mas que é» e adiciona que a «contemplação do mundo sub specie aeterni é sua contemplação como uma totalidade limitada». Ele reconhece que questões do ser não podem ser respondidas em uma linguagem funcional, mas não distingue as duas maneiras na qual qualquer relato funcional é incompleto. Ele reconhece que leis não descrevem função, mas estabelece condições sob as quais proposições sobre função podem ou não ser verdadeiras. Disto deveria seguir que leis somente respondem à questão «Como?»; ao passo que todas as proposições funcionais nos dizem somente o que está se passando.
No outro extremo, Wittgenstein diz, «da vontade como sujeito do ético não podemos falar». Aqui, novamente, temos que distinguir entre as diferenças de ser sobre as quais o ético — e de fato todos os outros — valores dependem, e a possibilidade ou impossibilidade de um dado relacionamento entre diferentes níveis. Em outras palavras, devemos distinguir entre o que está se passando e as leis que prescrevem o que pode se passar. Em cada caso as leis são manifestações da vontade. Devemos ainda mais considerar o significado da questão «Porque?». Esta questão pode ser posta na forma «Sobre que lei última todas as leis próximas dependem?». A resposta à questão «Porque?» pressupõe um nível de ser ao qual é possível aceitar, e permanecer satisfeito com a resposta que ele não requer resposta. Permanecerá, no entanto, a necessidade de apresentar como este nível pode ser relacionado aos outros níveis, e aqui de novo encontramos o problema da vontade.