A CRISE DAS CIÊNCIAS EUROPEIAS E A FENOMENOLOGIA TRANSCENDENTAL (UMA ANÁLISE)

DPFC

[...] gostaríamos de demonstrar que Husserl (independentemente da pertinência de seu diagnóstico ou dos erros que possa ter cometido) está plenamente dentro de seu tema, que não poderia estar mais próximo da história do que está, e que A Crise das Ciências Europeias e a Fenomenologia Transcendental é de fato a leitura adequada das questões fundamentais ligadas à ascensão do naturalismo e do objetivismo nazistas, assim como ao abandono (provisório) das forças do espírito.

Para isso, é necessário primeiro retomar o essencial da demonstração husserliana, nos textos um tanto dispersos que formam essa magistral análise. O manuscrito de Husserl compreende três partes:

A primeira é dedicada à "crise das ciências como expressão da crise radical da vida na humanidade europeia" (§1-7);

A segunda visa a "elucidação da origem da oposição moderna entre o objetivismo fisicalista e o subjetivismo transcendental" (§8-27);

A terceira tenta um "esclarecimento do problema transcendental", precisando "a função que, nesse contexto, cabe à psicologia", sendo essa terceira parte subdividida em:

a) Husserl segue primeiro "o caminho que leva à fenomenologia transcendental", mostrando que parte de uma questão retrospectiva sobre o mundo da vida (§28-55).

b) Em seguida, estuda "o caminho que leva à filosofia transcendental fenomenológica partindo da psicologia" (§56-72). Como se sabe, o §73 foi acrescentado posteriormente, a título de conclusão.

CONTINUA...