UMA MATEMÁTICA DA EXISTÊNCIA? (PARROCHIA)

DPME

[...] três protestos [a uma matemática da existência] particularmente veementes:

a) O senso comum contestará um projeto alienante que, quando não se reduz a um “jogo”, corre o risco de evoluir entre a impostura e a patologia, e esconde alguns perigos.

b) A literatura, por seu lado, defenderá o seu próprio tratamento do quotidiano dentro da linguagem, contra invasores de todo o tipo: não será eminentemente oportuno protestar contra a fórmula que esmaga as nuances, reduz a riqueza expressiva das línguas, achata e bastardiza a realidade?

c) Por fim, a epistemologia e a filosofia (sobretudo hegeliana) questionarão a possibilidade de uma “matemática filosófica” — que consideram profundamente inadequada (uma ciência baseada no exercício do entendimento, não da Razão), fundamentalmente “exterior” ao ser e, em última análise, quase doentia (não será a “mistura” de géneros duvidosa e antinatural?). Para eles, a salvação está no Conceito e o inferno espera-nos.