Na ciência tudo é mais claro e definido. Toda ciência apresenta um estado atual de progresso. Resultado de uma longa história de desenvolvimento, da colaboração de gerações inteiras de cientistas, documentado em obras estandardizadas, o estado atual se dinamiza nas pesquisas dos laboratórios e no ensino de institutos especializados. Constando de um acervo de teoremas estabelecidos, projeta o sistema das questões em que se desdobra o progresso das investigações. Não significa estado final e definitivo mas apenas corte transversal numa marcha de desenvolvimento. Desse estado atual é que se determina o acesso e aquisição de uma ciência. No fato da cultura basta o esforço do estudo para o indivíduo introduzir-se no movimento da ciência. Mas o homem pode, não deve fazê-lo, de vez que ao ser de sua hominização não pertence necessariamente o desdobrar-se da racionalidade no estilo da ciência ocidental. E é por isso que o acesso à ciência, embora difícil e penoso, é sempre fundamentalmente possível. Toda introdução repete de alguma maneira a genealogia da ciência da vida pré-científica.