GDPli
Chama-se ponto de vista na medida em que representa uma variação ou inflexão. Esta é a base do perspectivismo. O perspectivismo não significa dependência de um sujeito definido de antemão: pelo contrário, aquilo que vem ao ponto de vista, ou melhor, aquilo que permanece no ponto de vista, será o sujeito. É por isso que a transformação do objeto remete para uma transformação correlativa do sujeito: o sujeito não é um sub-objeto, mas um “super-objeto”, como diz Whitehead. Ao mesmo tempo que o objeto se torna objetivado, o sujeito torna-se super-objeto. Existe uma relação necessária entre variação e ponto de vista: não apenas devido à variedade de pontos de vista (embora exista essa variedade, como veremos), mas principalmente porque cada ponto de vista é um ponto de vista sobre uma variação. Não é o ponto de vista que varia com o sujeito, pelo menos em primeiro lugar; pelo contrário, é a condição sob a qual um eventual sujeito apreende uma variação (metamorfose), ou algo = x (anamorfose). O Perspetivismo em Leibniz, e também em Nietzsche, em William e Henry James, e em Whitehead, é de facto um relativismo, mas não é o relativismo que pensamos. Não se trata de uma variação da verdade de acordo com o sujeito, mas da condição sob a qual a verdade de uma variação aparece ao sujeito. Esta é a própria ideia da perspetiva barroca.