MVTK
Como a consciência humana pode descrever (com validade universal) seu próprio operar? Como pode a consciência descrever a atividade subjacente à consciência, da qual surge a capacidade do observador de fornecer descrições efetivas sobre si mesmo, se não é possível tocar o mundo subjacente à consciência, a não ser com a mesma consciência, com o que tal mundo deixa imediatamente de subjazer a. ela? Se a isso acrescermos a problemática da linguagem, formularemos a questão da seguinte maneira: Como pode a consciência dar conta de si mesma, em termos tais que essa explicação descritiva tenha validade universal, se os significados utilizados na linguagem são sempre gerados em uma cultura particular? Como podem então as afirmações sobre o operar, do qual surge a consciência, ter valor universal, ou seja, valor transcultural, se já vimos que estamos impossibilitados de fazer uso do conceito de conhecer como conhecer “objetivo”, independentemente do observador, se queremos dar conta de nossos próprios processos de percepção e conhecimento como seres observadores? Como pode a águia da inteligência caçar a si mesma em seu reflexo?