IAN HACKING (1975) – DISCURSOS ANÔNIMOS

Podemos começar (...) a postular discursos “anônimos” que existem em épocas e lugares diversos, individuados não pelo que significam, mas pelo que é realmente dito, em toda a sua especificidade, em certas configurações, sob a égide de várias instituições. Podemos investigar se as condições que possibilitam um discurso são as que determinam as possibilidades do que pode ser dito no interior de um discurso. Podemos refletir sobre a maneira como nossos próprios enunciados participam de um certo discurso atual, não como sendo o nosso, mas como desligado de nós que falamos, autônomo e anônimo, como qualquer discurso. (Ian Hacking, Why Does Language Matter to Philosophy? Cambridge: Cambridge University Press, 1975, p. 187.)