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computador

O computador é um sintetizador de ilusões informacionais sobre o qual se manifestam as chamadas aplicações da informática, onde as estruturas de dados simbólicos pretensamente representativos de qualquer ato ou fato humano, estruturas estas operadas por algoritmos, formam uma “com-posição [Ge-stell] programática” (dados simbólicos + algoritmos) que pretende mimetizar modalidades ocupacionais do “ser-no-mundo”, ou apenas a partes ou um simples aspectos dele, após uma espécie de desconstrução e reconstrução, destas ocupações do ser-no-mundo, ou partes, ou aspectos dele, sob o modo digital de um modelo dito “informacional”. Em resumo, o computador é um engenho de representação.

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informática

O “dar-se e propor-se da informática” culmina todo o avanço tecno-científico moderno, na expressão de um engenho de representação informacional/comunicacional, produto e produtor de um meio técnico-científico-informacional, dentro do qual a humanidade é cooptada, conduzida e regida pela exigência crescente dos ditames extra-técnicos da tecnologia neste dar-se e propor-se.

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técnica

Técnica e tecnologia são dois termos que estranhamente intercambiaram suas noções desde o século XVIII. A tecnologia, que originalmente se referia ao “discurso da técnica”, veio indicar o equipamento, máquina ou dispositivo propriamente dito, enquanto a técnica veio a se ocupar do discurso sobre ela mesma. Neste sentido se usa o termo ‘técnica’, afinado com a noção grega original de arte, de savoir-faire ou de “fazimento”. E, é justamente a técnica sob esta noção de “fazimento”, como denominou Darcy Ribeiro os fazeres indígenas, que nos interessa em nossa reflexão, em que prima a “questão da técnica” posta por Heidegger [GA7].

QUÉAU, P. Éloge de la simulation. Seyssel: Champ Vallon, 1986.

Da vida das linguagens à síntese das imagens

Um dos primeiros livros de Quéau, na coleção Milieux da Editora Champ Vallon, conceituada pela publicação de várias obras dedicadas ao estudo da técnica moderna e as transformações culturais e sociais decorrentes.

O prefácio do “eclético” François Dagognet, louva o trabalho de reflexão “filosófica” de Quéau, em um campo pouco explorado, qual seja, do que denominou “Imagética”, a jovem ciência das imagens, particularmente artificiais e sintéticas, que nos cercam e dominam cada vez mais o campo sensorial do homem.

Introdução

Das metáforas: lógica da analogia

1 Muitos tropos, trites tropos
2 Cavalos de Troia
3 Ondas
4 Labirintos
5 O dom do dado
6 Topologia e Tropologia
7 O cão de caça
8 “Rizoma”
9 Desfiamentos
10 Geometria do incomunicável
11 Escorregadas
12 Das metáforas aos modelos

Dos modelos: a simulação como sistema simbólico

1 Circulação / Corte
2 Escrever, reproduzir, abstrair
3 Alfabetos e suportes
4 O “Minimax”
5 Grifos e grafos
6 Ampliação da intelecção
7 Máquinas de pensar
8 A vida dos símbolos
9 O câncer do signo
10 Invariavelmente, a variação
11 Os algoritmos e as leis
12 O cálculo filosófico
13 A simulação como sonho
14 Da dinâmica dos sistemas conceituais
15 Um Deus modelizador
16 No princípio era o Verbo
17 Etnograficamente, a imagem

Das imagens de síntese: o legível e o visível

1 Números e luz
2 Um outro olhar sobre o mundo
3 A imagem assistida por computador: uma nova escritura?
4 Funções
5 As imagens e a guerra, ou vidi vici
6 Criações de síntese

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François Dagognet, Philippe Quéau