Índice de PensadoresÍndice de Temas

Categoria: Outros Pensadores

  • Mutações metafísicas

    M. Houellebecq, Les Particules élémentaires, Paris, Flammarion, 1998, p. 10. Mutações metafísicas — ou seja, transformações radicais e globais na visão de mundo adotada pela maioria das pessoas — são raras na história da humanidade. Um exemplo é o surgimento do cristianismo. Uma vez ocorrida uma mutação metafísica, ela se desenvolve sem encontrar resistência até suas últimas consequências.…

    Ler mais

  • Indústria cultural (Adorno)

    Parece que o termo “indústria cultural” foi empregado pela primeira vez no livro Dialética do Esclarecimento, que Horkheimer e eu publicamos em 1947 em Amsterdã. Em nossos esboços, falávamos de “cultura de massa”. Abandonamos essa última expressão para substituí-la por “indústria cultural”, a fim de excluir desde o início a interpretação favorável aos defensores da coisa:…

    Ler mais

  • William James – Pragmatismo e Verdade

    William James, Le Pragmatisme, trad. franc. de Lee Brun, 1911, pp. 181-188. Conta-se que Clerk-Maxwell, quando menino, tinha a mania de pedir que lhe explicassem tudo; e quando a explicação o não satisfazia, perguntava de novo: «E isso para que serve?» Certamente que, se tivesse posto a questão da verdade, apenas um pragmatista poderia responder…

    Ler mais

  • Autopoiese (Luhmann)

    Porquê a autopoiese? Maturana contou-me um dia como é que esta expressão lhe veio à cabeça. Inicialmente, tinha trabalhado com estruturas circulares, com o conceito de reprodução circular da célula. A palavra “circular” é uma palavra comum que não cria mais problemas terminológicos, mas para Maturana faltava-lhe precisão. Depois, um filósofo, por ocasião de um…

    Ler mais

  • Ian Hacking (1975) – discursos anônimos

    Podemos começar (…) a postular discursos “anônimos” que existem em épocas e lugares diversos, individuados não pelo que significam, mas pelo que é realmente dito, em toda a sua especificidade, em certas configurações, sob a égide de várias instituições. Podemos investigar se as condições que possibilitam um discurso são as que determinam as possibilidades do…

    Ler mais

  • Carneiro Leão (1977) – Toda ciência apresenta um estado atual de progresso

    Na ciência tudo é mais claro e definido. Toda ciência apresenta um estado atual de progresso. Resultado de uma longa história de desenvolvimento, da colaboração de gerações inteiras de cientistas, documentado em obras estandardizadas, o estado atual se dinamiza nas pesquisas dos laboratórios e no ensino de institutos especializados. Constando de um acervo de teoremas…

    Ler mais

  • Carneiro Leão (1977) – dimensões das possibilidades da sabedoria

    No primeiro livro da Metafísica Aristóteles esboça uma graduação das dimensões em que se articulam as possibilidades da sabedoria. Num primeiro grau a percepção sensível, “aisthesis”, se estende a todos os seres vivos. Localizada no espaço e situada no tempo a sensibilidade percebe apenas o que lhe é dado “hic et nunc”. Alguns seres vivos,…

    Ler mais

  • Carneiro Leão (1977) – desejo de saber

    Animal racional, o homem arde por necessidade de sua natureza, no desejo de saber. Numa sede insaciável de sempre mais conhecimentos. Para o homem finito não há saber que seja completo, definitivo, satisfatório. Que lhe apague a atração do desconhecido, que se contente consigo mesmo. Há homens que se contentam e que, logo satisfeitos, se…

    Ler mais

  • Carneiro Leão (1977) – não mais se vive fora da ciência

    O que significa essa presença inevitável do homem moderno na esfera de domínio da ciência? Participa realmente da vida científica pelo fato de viver às voltas com os produtos da técnica, por repetir de modo semi-inconsciente as linguagens e formulações de uma literatura popular? — Ninguém ousará afirmá-lo com seriedade. Isso todavia não destrói o…

    Ler mais

  • Carneiro Leão (1977) – Filosofia e Ciência

    Devido ao modo estranho de seu vigor a filosofia se vê relegada, na idade da ciência mais do que em qualquer outra idade, a uma posição marginal. Por isso se torna imperiosa a necessidade de se discutirem as relações entre filosofia e ciência. Pois só discussões dessa natureza poderão preparar o espírito do homem moderno…

    Ler mais

  • Bateson (SEM:C1.4) – indução científica

    Molière, há muito tempo, retratou um exame de doutorado oral em que os doutos doutores pedem ao candidato que diga a “causa e razão” por que o ópio faz as pessoas dormirem. O candidato responde triunfantemente em latim macarrônico: “Porque há nele um princípio dormitivo (virtus dormitiva)”. Caracteristicamente, o cientista confronta um sistema interativo complexo…

    Ler mais

  • Castoriadis (1982:259) – razão moderna

    Causalidade, finalidade, motivação, reflexo, função, estrutura são apenas nomes de guerra da razão necessária e suficiente. Esta, descendente da razão pura e simples, tornou-se sua representante exclusiva após uma evolução e através de uma interpretação, cujas raízes mergulham profundamente na instituição do social-histórico como tal. Esta interpretação, coextensiva à lógica herdada (no sentido mais amplo…

    Ler mais

  • Adorno (IS) – a sociedade

    El concepto de sociedad muestra ejemplarmente en qué escasa medida los conceptos, como pretende Nietzsche, pueden definirse verbalmente afirmando que «en ellos se sintetiza semióticamente todo un proceso». La sociedad es esencialmente proceso; sobre ella dicen más las leyes de su evolución que cualquier invariante previa. Esto mismo prueban también los intentos de delimitar su…

    Ler mais

  • Artur Morão – A técnica como problema filosófico

    O texto abaixo de Artur Morão retirado de sua monografia, A técnica como problema filosófico, embora de 1999, recolhe elementos e referências importantes para se pensar uma Filosofia da Técnica. 2. Embora só agora, e sobretudo nos últimos trinta anos, se assista ao esforço de uma aproximação crítica, mais insistente, à realidade técnica, ainda não…

    Ler mais

  • Um drama específico do cientista

    Deleuze & Guattari (Anti-Édipo) E diremos o mesmo em relação à ciência: os fluxos descodificados de conhecimento estão primeiramente ligados em axiomáticas propriamente científicas, mas estas exprimem uma hesitação bipolar. Um dos polos é a grande axiomática social que retém da ciência o que deve ser retido em função das necessidades do mercado e das…

    Ler mais

  • Virtual (Deleuze)

    Deleuze (Diferença e Repetição) Em tudo isto, o único perigo é confundir o virtual com o possível. Com efeito, o possível opõe-se ao real; o processo do possível é, pois, uma “realização”. O virtual, ao contrário, não se opõe ao real; ele possui uma plena realidade por si mesmo. Seu processo é a atualização. É…

    Ler mais

  • Flusser (Gerações II) – Que é ciência?

    … Que é ciência? Esta é a pergunta que domina a Idade Moderna, e da resposta a essa pergunta depende o significado dessa Idade. Resumirei as respostas que têm sido dadas, um tanto sumariamente. Resposta renascentista: “Ciência é o decifrar do livro da natureza pelo intelecto”. Resposta barroca: “Ciência é a adequação do intelecto à…

    Ler mais

  • Flusser (Pós-história) – Atual risco de uma ciência desumana

    O conhecimento quantificado funciona tecnicamente. A Revolução Industrial o prova. Mas tal conhecimento perde de vista o fenômeno vivo. A Revolução Industrial prova também isso. O conhecimento não quantificado funciona tecnicamente mal, ou não funciona. As ditas [57] ciências do espírito” o provam. Daí as tentativas do século XX de amalgamar ciências duras com moles.…

    Ler mais

  • Deleuze (Pli) – Ponto de vista

    GDPli Chama-se ponto de vista na medida em que representa uma variação ou inflexão. Esta é a base do perspectivismo. O perspectivismo não significa dependência de um sujeito definido de antemão: pelo contrário, aquilo que vem ao ponto de vista, ou melhor, aquilo que permanece no ponto de vista, será o sujeito. É por isso…

    Ler mais

  • Rorty (Espelho) – Critérios do mental

    As discussões sobre a filosofia da mente geralmente começam coni a suposição de que todos sempre souberam como dividir o mundo em mental e físico — que essa distinção é de senso comum e intuitiva, mesmo se entre dois tipos de “substância”, material e imaterial, isso seja filosófico e desconcertante. Assim, quando Ryle sugere que…

    Ler mais