“Se se compreendeu originariamente por máquina, a saber, na Antiguidade, aquele instrumento, que era utilizado na mão do trabalhador para a produção de um fim, então a abrangência do conceito ligado a essa palavra se transformou de maneira significativa juntamente com os próprios instrumentos com o correr do tempo. Costuma-se atualmente diferenciar entre máquina e instrumento e designar com o primeiro termo os dispositivos, que são compostos por muitas partes que atuam umas sobre as outras e que condicionam seus movimentos mútuos segundo as leis da mecânica, de tal modo que eles são destinados a acolher uma força motriz bruta transposta sobre eles, [539] transformá-la em si mesmos com vistas a fins e a usá-la para o preenchimento de um fim determinado”[[Conversations-Lexikon der Gegenwart. Em quatro volumes. Terceiro volume. K. até O. F. A. Brockhaus: Leipzig 1840, Artigo sobre sistema de máquinas, p. 537]].

“O instrumento, em contrapartida, é uma simples coisa instrumental, que pode ser usada não por uma força motriz bruta, mas apenas por uma mão habilidosa de um trabalhador experiente para a produção de um fim”, idem.

“Determinação mais imediata da máquina: substituição de trabalho manual e resultado de um produto consumado”, idem.

“A invenção das máquinas é uma consequência imediata da introdução do princípio da divisão do trabalho”, 538.

“A indústria fabril” — “Onde um trabalhador não realiza até o fim todo um objeto, mas um objeto precisa passar pelas mãos de todos os trabalhadores, antes de ele ser terminado”, idem.

Martin Heidegger