Filosofia da Informática

O termo “informática”, em sua etimologia é composto de informatio (expressão medieval), derivado do verbo “informare” de origem latina, com sentido de “formar” um pensar, ao qual se associou o sufixo “tica” (com um “t” eufônico ligado ao sufixo “ica”). Este sufixo na composição de “informática” estabelece uma relação, um pertencimento, ou seja indica que este termo cunhado na década de 1950, configura o que quer que mantenha uma relação com informação, seja no sentido originário de formação de um pensar, seja no sentido de comunicação de dados, a partir do século passado. Em ambos os sentidos subentende-se a designação de um “campo” de sustentação da “informação” pelo domínio de uma “técnica”; termo derivado do grego “techne” que guarda ainda seu sentido originário de primeiro dos modos de desvelamento (aletheuein), sob a modalidade produtiva ou enunciativa, daquilo que é. Segundo Aristóteles, Ética a Nicômaco (VI,3), a techne é o primeiro do cinco modos “nos quais o ser-aí humano descerra o ente como atribuição e negação” (tradução da passagem de Aristóteles por Heidegger, em Platão: o sofista, p. 21). Assim, podemos considerar que temos na informática uma “técnica da informação”, ou como se costuma chamar, a partir de conceituação da Harvard Business Review de 1958, e dada a incorreta assimilação de técnica e tecnologia, uma “tecnologia da informação”. Até aí nada de surpreendente, apenas um breve histórico do termo “informática”, mas que sinaliza por seus elementos etimológicos uma direção para a possível revelação de sua essência. Parafraseando Heidegger, poderíamos até concluir que a “essência da informática não tem nada de informática”.