Hölderlin: Ora, onde mora o perigo é lá que também cresce o que salva.
1) Na regência da com-posição a força salvadora se enraíza.
- Na essência da técnica pode-se investigar a força salvadora que aí medra e prospera.
- Essência no sentido aquilo que alguma coisa é, de quidditas, quididade, de gênero comum, o “universal”, no sentido de genérico.
- A essência da técnica não é gênero de equipamento ou conceito genérico destas dis-ponibilidades.
- Tudo isto, máquinas, equipamentos, operadores, peças pertencem à com-posição, sem que a essência desta seja um gênero.
- A com-posição não sendo gênero é modo destinado de desencobrimento da exploração e do desafio.
- Outro modo destinado é o desencobrimento da poiesis.
- O desencobrimento não é gênero destes modos, mas destino que ora parte num des-encobrir-se pro-dutor ora num des-encobrir-se explorador.
2) A com-posição se torna essência da técnica por ser destino de um desencobrimento, mas não por ser essência propriamente.
3) A técnica exige pensar a essência num outro sentido.
- Resgatando Goethe, chega-se ao verbo wesen, viger; Wesen, essência, no sentido de vigência é o mesmo que währen, durar; já Sócrates e Platão pensaram a essência com a vigência no sentido de duração. A duração como o que sempre é e perdura (aei on), aquio que permanece em tudo o que ocorre e se dá, a estrutura do perfil (eidos, idea).
- Somente dura o que foi concedido, dura o que se concede e doa com força inaugural a partir das origens.
- Como vigência da técnica, a com-posição é o que dura, uma concessão, sempre um envio que põe o homem no caminho de um desencobrimento.
- Como concessão o homem é chamado a participar do desencobrimento, sendo apropriado pela apropriação da verdade. Esta propriação que o envia para o desencobrimento é o que salva, permitindo-lhe perceber e entrar na mais alta dignidade de sua essência. Dignidade que está em proteger e guardar o des-encobrimento.
- A com-posição é o perigo extremo por ameaçar trancar o homem na dis-posição, como único modo de descobrimento, o que pode levá-lo a perder sua essência de homem.
4) A emergência do que salva se dá na relação justa com a técnica pela observância de sua vigência e não de sua instrumentalidade e funcionalidade.
- Questionando o modo em que a instrumentalidade vigora numa espécie de causalidade, experimenta-se o que vige na técnica, como destino do desencobrimento.
- O vigente de toda essência se dá no que se concede que demanda a participação do homem no des-encobrir-se do desencobrimento: mistério da verdade.
Bibliografia