A segunda referência teórica é a teoria da informação. A teoria matemática que Claude Shannon expõe em 1948, apoiando-se sobre ideias que já circulavam há uns vinte anos, formaliza um dualismo, o significado e seu suporte material, rompendo com a estrutura clássica de forma-matéria. Seu objetivo é dar uma solução matemática e estatística à transmissão ou comunicação de mensagens por canais imperfeitos, garantindo sua conservação na passagem de um suporte físico para outro. Deste modo, define-se a informação, sem qualquer consideração sobre o sentido que possa ter, mas apenas como algo calculado; algo que defina estatisticamente a capacidade de transporte de um canal de transmissão.
Os modernos suportes ou mídias da informação acentuam este movimento, que da escritura ideográfica à escritura alfabética, afastaram o signo do sentido. Com o alfabeto as letras só ganham sentido pela combinação em palavras, e este sentido ainda assim precisa de um ato de leitura e de interpretação. Esta passagem do ideográfico ao alfabético reduziu o número de signos de milhares a dezenas. A informática vai radicalizar este movimento, se contentando com apenas dois signos de um sistema binário.
A escolha fundamental da informatização, enquanto “maquinação1) informacional-comunicacional”, foi precisamente de tornar absoluta esta noção reduzida de informação. As peças ou símbolos dos sistemas formais considerados pela informatização não guardam em si um significado, no sentido habitual, mas são apenas informações, compreendidas objetivamente, quer dizer, apreendidas como um objeto ou um estado de fato, e assim capazes de maquinação.
Na Machenschaft, a maquinação, fusionam a mechane, a maquina, e o machen, o fazer. A palavra designa portanto, no sentido mais amplo, a fabricação, poiesis, a manobra como manejo e manipulação. No sentido mais especificamente moderno, designa o caráter global do fazer, a manobra como conjunto de manejos contra “a terra”. Mas no sentido mais estreito, a maquinação, é a maquinalização. A fusão do “manual” e do “mecânico, é a automatização. (Schürmann, 1982, pág. 223 ↩