A análise ambiental atende à esfera de problemas ambientais. Segundo Xavier da Silva1, tem sua ocorrência dentro das dimensões básicas, territorial e temporal, do mundo físico, o que permite o uso de registros de ocorrências passadas, para identificar a evolução do fenômeno em estudo; desta forma procedimentos de diagnóstico e de prognose podem se estabelecer, “vestindo” o Sistema de Informação Geográfico com a metodologia adequada para formalização de procedimentos analíticos, tais como: inventários ambientais, monitorias, assinaturas, avaliações, cenários prospectivos e outros; a ampla difusão do SIG na análise ambiental, enfrenta, no entanto, algumas dificuldades por conta da diversidade de articulações a serem representadas, correspondendo ao contato, interação, fragmentação e miscigenação de elementos, sobre as quais evoluem as formas geográficas representadas pela paisagem; a paisagem, possível objeto da análise ambiental, está sujeita a processos, e, portanto a modificações e desenvolvimentos; tratam-se de processos naturais decorrentes da geomorfologia, do clima, da organização de plantas e animais, do desenvolvimento do solo e de perturbações de diversas ordens; atualmente a atuação antrópica é um dos fatores principais dentro das perturbações mencionadas, pois afeta os ritmos naturais e modifica diretamente a paisagem; some-se ainda o fato que, no estudo dos processos, deve-se procurar articular diferentes escalas de espaço e de tempo, além do exame comum dos fluxos entre elementos adjacentes na paisagem; o movimento, o funcionamento e as mudanças que operam na paisagem representam o maior desafio para a compreensão do pesquisador, e consequentemente, para sua representação no SIG2.

Adaptado de Nir, Dov, “Region as a Socio-Environment System: An Introduction to a Systemic Regional Geography”, The GeoJournal Library, vol. 16; Kluwer Academic Publisher Group, 1990

 

 


  1. XAVIER-DA-SILVA, J. “Geoprocessamento e Análise Ambiental”, RBG 54 (3), 1992; “Análise Ambiental da Apa de Cairuçu”, RBG 50 (3), 1988a; Análise Ambiental. Rio de Janeiro, UFRJ, 1988b; “Sistemas de Informação Geográfica: uma Proposta Metodológica”, Anais da IV Conferência Latinoamericana sobre Sistemas de Informação Geográfica e II Simpósio Brasileiro de Geoprocessamento, São Paulo, USP, 1993; “Geomorfologia e Geoprocessamento”, in A. J. T. Guerra & S. B. da Cunha (ed.), Geomorfologia. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1994; “A Pesquisa Ambiental no Brasil: Uma Visão Crítica”, in B. Becker, A. Christofoletti, F. Davidovich & P. Geiger (ed.), Geografia e Meio Ambiente. São Paulo, Hucitec, 1995. 

  2. HAINES-YOUNG, R. et alii. Landscape Ecology and Geographical Information Systems. Londres: Taylor & Francis, 1993. 

Murilo Cardoso de Castro