Em seu desenho, em sua configuração, o modelo figurativo do SIG, de fato, reflete a primazia, a centralidade da técnica, materializada na tecnologia do SIG, o sig, ressaltando:
- seu papel instrumentalizador dentro de uma ciência moderna, que parte do privilégio dado à antinomia e à distância entre sujeito e objeto;
- sua mediação promotora de uma epistemologia com forte embasamento lógico-matemático; e,
- seu agenciamento imperialista e monopolista de toda e qualquer prática humana.
De fato, tocando localmente cada indivíduo e traçando inúmeros caminhos, diretos e indiretos, do local ao global, a tecnologia da informação sobre a qual se assenta o SIG, em associação com as redes de telecomunicações, se estabelece como um dos principais resultados do moderno “vetor tecno-científico”1, capaz de infligir, pouco a pouco, uma profunda metamorfose sobre as antigas grandes instâncias ou instituições encarregadas do global: Estado, Direito, Igreja, Bancos e Bolsas, Escolas e Universidades2.
BECKER, Bertha. “A Geografia e o Resgate da Geopolítica”, in RBG 50. Rio de Janeiro: IBGE, 1988. ↩