- a base informacional onde se assenta e sobre a qual opera o sig, instrumentaliza enfim o sonho da New Geography1. Mais importante ainda, o sig porta em si os germes de uma nova ordem, capaz de promover uma profunda transformação não apenas nos métodos e resultados obtidos, mas, seguramente, sobre as próprias fundações epistemológicas da Geografia e sobre a natureza do trabalho do geógrafo.
- o sig substancializa a noção de “Geoprocessamento”, já considerada clássica dentro da Geografia. Uma noção que significa muito mais do que o uso corrente dá a entender: uma técnica ingênua, caracterizada como o “processamento de dados” aplicado à Geografia. Com efeito, ao se analisar os requisitos e compromissos do chamado “processamento de dados” tradicional é possível compreender o “Geoprocessamento” como, efetivamente, uma agenda, um programa, ou melhor dizendo, um processo “amplo, geral e irrestrito” de informatização da Geografia.
- Michael Goodchild2: o sig é um instrumento que abre as portas para a construção de uma “nova ciência”. O sig instrumentalizaria, portanto, a implementação de uma verdadeira “ciência do espaço”, ou de “uma ciência da informação geográfica”. A nosso ver, uma ciência normativa, segundo fundamentos conceituais originários do corpo teórico subjacente à informática, e, portanto, metodologicamente exógena à Geografia.
- a “Ciência da Informação Geográfica” proposta por Goodchild, tendo o mesmo acrônimo “SIG” (em inglês Geographic Information Science – GIS), pretende apenas problematizar o lado informacional da Geografia, visando sua plena informatização. Ou seja, busca uma visão da ciência geográfica, a partir do ponto de vista, ou da perspectiva da Informática e não da Geografia.
Ou é esta que potencializa ainda mais, por sua renovação teórica, em termos matemáticos e estatísticos, a “vontade de informatizar” que domina nossa era. ↩
“Geographical Information Science”, International Journal of Geographical Information Systems 6 (1), 1992. ↩