Passemos agora da desconstrução à reconstrução do SIG, reestabelecendo sua totalidade, segundo a perspectiva de seu núcleo tecnológico, o sig, operando enquanto um “engenho representador” de fenômenos geográficos. Até aqui, dissecamos o sig e investigamos sua genealogia, segundo determinadas Ideias Mentoras. Entretanto, para avançarmos em sua compreensão, é preciso retomar sua reconstrução, tendo como perspectiva sua forma predominante, a de um “engenho representador”. De acordo com esta nova visão integradora, propomos agora nos questionar sobre sua capacidade de representação da realidade geográfica.
Poderíamos percorrer este caminho de reconstrução do SIG, segundo a perspectiva do engenho representador, de duas maneiras diferentes. A primeira, e a mais comumente encontrada na literatura técnica sobre cartografia e SIG, desenvolve uma série de considerações sobre o mapa como meio de comunicação, e portanto sobre as técnicas mais eficazes para sua construção1.
A segunda maneira, que optamos, reúne o que encontramos até o momento de reflexão sobre a problemática da representação da realidade, e, em particular, de representação de fenômenos geográficos. Preferimos assim percorrer um caminho de aprofundamento mais filosófico do que uma investigação das técnicas de representação já tratadas de forma exaustiva pela literatura exemplificada no parágrafo anterior.
Com efeito, diante do sig, visto segundo essa perspectiva de um “engenho representador” da realidade geográfica, optamos justamente por problematizar a representação em si mesmo. Entendemos que só assim podemos efetivamente contribuir para uma reflexão maior do que é o SIG?, evitando assim nos associarmos ao crescente côro dos que discorrem sobre as técnicas de representação cartográfica através do sig.
Transformação metafórica de representações
BRUNET, Roger. “La Composition des Modèles dans l’Analyse Spatiale”, L’Espace Géographique 4 (253-265), 1980. ↩