de Castro – Techne e Episteme

Até o tempo de Platão techne e episteme ocorrem juntas no sentido mais amplo de conhecimento. “O conhecimento provoca abertura. Abrindo, o conhecimento é um desencobrimento”.

No tocante àquilo que e ao modo em que desencobrem, techne e episteme diferem segundo Aristóteles. A techne “des-encobre o que não se produz a si mesmo e ainda não se dá e propõe, podendo assim apresentar-se e sair, ora num, ora em outro perfil.” (Heidegger, 2002, pág. 18)

O des-encobrir da techne recolhe antecipadamente numa unidade o perfil e a matéria de algo a fazer, numa coisa pronta e acabada, determinando daí o modo de elaboração. “É neste desencobrimento e não na elaboração que a techne se constitui e cumpre em uma produção”.

A técnica repousa no descobrimento. Se a técnica não se reduz à fabricação, nem aos saberes concernentes à produção e à utilização de instrumentos, é porque a fabricação só é possível na clareira prévia do descobrimento. (…) A produção conduz a coisa à luz da presença, na medida que ela se deixa guiar pelo ser da coisa. (Milet, 2000, pág. 46)

Referências:

HEIDEGGER, M. Ensaios e Conferências. Tradução: Emmanuel Carneiro Leão; Tradução: Gilvan Fogel; Tradução: Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002.

Tese de Doutorado em Filosofia (UFRJ, 2005)

DE CASTRO, M. C. O que é informática e sua essência. Pensando a “questão da informática” com M. Heidegger. UFRJ-IFCS, , 2005. Disponível em: <https://www.academia.edu/43690212/O_que_%C3%A9_inform%C3%A1tica_e_sua_ess%C3%AAncia_Pensando_a_quest%C3%A3o_da_inform%C3%A1tica_com_M_Heidegger>