de Castro – Mundo circundante e meio

Segundo Sylvain Auroux1 o termo “meio” designa o que é posto entre pelo menos duas outras coisas, em particular, à igual distância entre elas. Por extensão, designa na filosofia de Aristóteles o que serve de intermediário (metaxu), por exemplo: na percepção, o meio do som é o ar.

Esta noção ganhou a conotação de um lugar indiferenciado onde se encontra um corpo, e mais recentemente de um espaço circundante de troca e interação com qualquer corpo nele localizado. De qualquer modo, os traços dominantes do meio são: sua exterioridade ao, seu circundamento ao, e sua interação com, o que nele está imerso.

Para avançar na reflexão sobre a essência da informática é preciso passar da tecnologia ao meio constituinte e constituído por esta mesma tecnologia. No pensamento de Heidegger o termo “meio” não é elaborado, embora sua meditação sobre “mundo”, “mundanidade” e “pobre em mundo” seja fundamental para uma possível aproximação da noção de meio.


  1. AUROUX, Sylvain (dir.). Les notions philosophiques. Dictionnaire. Paris: PUF, 1990